sábado, 25 de agosto de 2007

Pagú tem uns olhos de fazer doer...




QUANDO TUDO ACONTECEU...


1910: Nasce, em 9 de junho, Patrícia Rehder Galvão, em São João da Boa Vista (SP).

1928: Completa o Curso na Escola Normal da Capital, em São Paulo; sob a influência de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral participa do movimento antropofágico; Raul Bopp dedica-lhe o poema Coco e lhe dá o apelido que se tornou famoso.

1930: Oswald separa-se de Tarsila e casa-se com Pagú; nasce Rudá de Andrade, segundo filho de Oswald e primeiro de Pagú.

1931: Ingressa no Partido Comunista; junto com Oswald edita o jornal O Homem do Povo, onde assina a coluna feminista “A Mulher do Povo”; é presa pela primeira vez em agosto ao participar, como militante comunista, do comício do PC e dos estivadores em Santos.

1933: Publica o romance Parque Industrial, sob o pseudônimo de Mara Lobo; sai em viagem pelo mundo, passando pelos EUA, Japão, Polônia, Alemanha, URSS e França.

1935: É presa em Paris como comunista estrangeira, com a identidade de Leonnie, e repatriada para o Brasil; começa a trabalhar no jornal A Platéia e separa-se definitivamente de Oswald; é novamente presa e torturada, ficando na cadeia por cinco anos.

1940: Ao sair da prisão, rompe com o Partido Comunista; casa-se com o jornalista Geraldo Ferraz.

1941: Nasce Geraldo Galvão Ferraz, seu segundo filho.

1942: Inicia intensa participação na imprensa, atuando sobretudo como crítica de arte.

1945: Lança novo romance, A famosa revista, escrito em colaboração com Geraldo Ferraz.

1950: Concorre à Assembléia Legislativa de São Paulo pelo Partido Socialista Brasileiro; lança o manifesto “Verdade e Liberdade”; passa a exercer importante papel no panorama cultural da cidade de Santos.

1952: Freqüenta o curso da Escola de Arte Dramática (EAD) de São Paulo e passa a se dedicar cada vez mais ao teatro.

1955/62: Trabalha no jornal A Tribuna, de Santos, como crítica literária, teatral e de televisão.

1962: Em setembro de 62 vai a Paris para ser operada de câncer, mas a cirurgia fracassa; volta ao Brasil e morre no dia 12 de dezembro.



* “Pagú tem uns olhos moles
uns olhos de fazer doer.
Bate-coco quando passa.
Coração pega a bater.

Eh Pagú eh!
Dói porque é bom de fazer doer (...)”



* “...a minha gata é safada e corriqueira...
arremeda ‘picassol’
trepa na trave do galinheiro e preguiçosamente escancara a
boca e as pernas.
...a minha gata é vampira...
mimo de um italiano velho e apaixonado. general de brigada. dois
metros de altura. pelado e sentimental. atavismo.
o luxo da minha gata é o rabo
ela pensa que é serpente...”


* “Pagú veio ao Rio com Tarsila (...) a gente quando vê Pagú repete pra dentro aquilo que o Bopp escreveu: - dói – porque é bom de fazer doer!
- Que é que você pensa, Pagú, da antropofagia?
- Eu não penso: eu gosto.
- Tem algum livro a publicar?
- Tenho: a não publicar: os “60 poemas censurados” que eu dediquei ao Dr. Fenolino Amado, diretor da censura cinematográfica. E o Álbum de Pagú – vida paixão e morte – em mãos de Tarsila, que é quem toma conta dele. As ilustrações dos poemas são também feitas por mim.
- Quais as suas admirações?
- Tarsila, Padre Cícero, Lampeão e Oswald. Com Tarsila fico romântica. Dou por ela a última gota do meu sangue. Como artista só admiro a superioridade dela.
- Diga alguns poemas, Pagú.

(Informações: - Pagú é a criatura mais bonita do mundo – depois de Tarsila, diz ela. Olhos verdes. Cabelos castanhos. 18 anos. E uma voz que só mesmo a gente ouvindo).”



Filme: Eternamente Pagú

=)


Um comentário:

  1. ó my pagu!
    eternamente
    gostosura de viver!
    escolheu bem hein hein minha jovem
    rs rs....
    acredite,
    vem ela .. depois joana dark
    uhaahuhh

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"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." (Clarice Lispector)